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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

HOMILIA 30º DOMINGO TC – 22 e 23/10


HOMILIA 30º DOMINGO TC – 22 e 23/10



Evangelho - Mt 22,34-40



+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus


34 Naquele tempo, os fariseus ouviram dizer que Jesus
tinha feito calar os saduceus.Então eles se reuniram em grupo,
35 e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo:
36 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
37 Jesus respondeu: '`Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,e de todo o teu entendimento!'
38 Esse é o maior e o primeiro mandamento.
39 O segundo é semelhante a esse:
`Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'.
40 Toda a Lei e os profetasdependem desses dois mandamentos.
Palavra da Salvação



REFLEXÃO:



Para nós esta pergunta parece simples, mas no tempo de Jesus, os fariseus contavam 613 preceitos na lei: 365 proibições e 248 decretos/mandamentos. A pergunta era para complicar Jesus. Continuam preparando armadilhas, querem provocar afirmações polêmicas de Jesus, para poder acusá-lo e condená-lo, mas da mesma forma que na narrativa de domingo passado, Ele “se saiu muito bem”.

Penso que todos já viram em algum lugar aquele pequeno cartaz escrito: “abriu...feche, ascendeu...apague, sujou...limpe, ligou...desligue, desarrumou...arrume, etc.” ; creio também que todos já prestaram atenção nas sinalizações de trânsito, proibindo determinadas conversões à direita ou esquerda, limitando a velocidade a 40, 60, 80, 110 Km/h, proibindo ultrapassar; placas em determinados locais proibido fumar; muitos conhecem as leis do inquilinato; leis de condomínios; tantas leis contempladas em nosso código civil... Por que precisamos de tantas leis? Unicamente porque falta amor nas pessoas: amor a Deus e a tudo o que Ele criou, amor ao próximo e amor a si mesmo.

No texto de hoje, Jesus resume toda lei do Antigo Testamento, nos dois mandamentos que o Evangelho relata, e diz que toda lei e toda profecia se resumem nestes mandamentos. Digo sem medo de errar, que estes mandamentos continuam atuais, e se temos tantos problemas de relacionamentos sociais, tantas injustiças, tantas tragédias, tantas vidas prejudicadas... é porque estes DOIS mandamentos ainda não foram compreendidos e muito menos praticados.

Se todas as pessoas amassem verdadeiramente a Deus, não precisaríamos de leis ambientais para proteger a natureza que Ele criou, nem leis civis para proteger o ser humano, igualmente criado e amado por Ele. Quem respeita o Criador, não danifica sua criatura. O projeto de Deus é que vivamos felizes, saudáveis e em paz. Há algo melhor que isso?

Se as pessoas amassem e respeitassem mais a própria vida e a vida de seus semelhantes, não teríamos tantas tragédias no trânsito que ceifam vidas inocentes e afetam tantas famílias. Se os jovens tivessem mais amor próprio, não se envolveriam com vícios e drogas, nem passariam isso a outros jovens e adolescentes, trazendo tantos estragos e infelicidade, assaltos, violência. Simplesmente se os idosos e gestantes fossem respeitados pelo valor que têm, não precisaríamos placas de filas preferenciais para eles. Se boa parte de nossos líderes políticos nas esferas: Municipal, Estadual e Federal amassem mais a Deus e aos semelhantes, não teríamos tanto desmando e corrupção que inviabilizam o presente e o futuro, sem leis que os intimidem.

Poderia enumerar infinitos exemplos, mas a finalidade é mostrar que se houvesse amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, não precisaríamos de tantas leis. Mesmo com toda essa parafernália de leis, temos tantos problemas pessoais, familiares e sociais, porque sobram leis, mas falta amor.

Um aspecto importante que não pode passar despercebido é a medida que Jesus usa para amar: “COMO A SI MESMO”. Isso não significa apenas que o que não queremos para nós, não podemos fazer para o outro ou o que queremos que nos façam, devemos fazer primeiro. Isso seria mais interesse do que amor. O sentido da expressão é: a pessoa que não tem amor próprio, ou seja, não ama a si mesmo, não se aceita, não tem consciência da própria dignidade, não terá condições de amar ou respeitar a dignidade do outro.

Nosso problema e o problema de toda sociedade não é a quantidade de leis ou seu conteúdo, mas o principal problema, que não será resolvido com leis e decretos, é a falta de amor a Deus, ao próximo e a si mesmo.

Não poderia terminar minha reflexão, sem citar Santo Agostinho que disse: “Ame e faça o que quiser”. Quem ama é livre, não precisa de leis, pois jamais fará algo contra si mesmo ou contra quem quer que seja.



Pe. Ari Marcos Bona