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sábado, 29 de outubro de 2011

16-HOMILIA DO 31º DOMINGO DO TC - 29 e 30/11/2011

Evangelho - Mt 23,1-12


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
1Naquele tempo,  Jesus falou às multidões e a seus discípulos:
2 'Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés.
3 Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem.
Mas não imiteis suas ações, Pois eles falam e não praticam.
4 Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros,
mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los,  sequer com um dedo.
5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros.
Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços,
e põem na roupa longas franjas.
6 Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas;
7 Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas
e de serem chamados de Mestre.
8 Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre,
pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos.
10 Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo.
11 Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.
12 Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.'
Palavra da Salvação.


REFLEXÃO
            Nos últimos finais de semana, meditamos sobre as armadilhas que os mestres da lei, doutores e chefes fariseus faziam na tentativa de surpreender Jesus em alguma contradição. No Evangelho de hoje, Jesus faz uma séria advertência aos seus discípulos para que tomem cuidado com estes falsos líderes. As advertências de Jesus se dirigem aos discípulos de todos os tempos, inclusive a nós.
            De certa forma, todos nós que professamos uma fé ou frequentamos a Igreja, temos alguma responsabilidade ou influência na vida dos outros, e devemos tomar cuidado para não sermos falsos. O Evangelho de hoje revela uma das reações mais incisivas de Jesus, para deixar claro que Deus não suporta em seus filhos a falsidade. Infelizmente muitas pessoas não creem pelo mau exemplo de alguns Cristãos. Temos muitas pessoas excelentes no testemunho e dedicação, mas temos muitas falhas também.  
Jesus começa advertindo aos seus seguidores que devem se esforçar para praticar os ensinamentos das escrituras, mesmo que os que a transmitem, não são exemplares.
 Quero aqui expressar com muita humildade o que já refleti com a comunidade várias vezes: Nem sempre, na condição de Sacerdote, eu consigo colocar em prática aquilo que prego na Igreja. Em primeiro lugar sei que meu dever é viver de forma exemplar, controlando meus atos e instintos, porém, como ser humano, cercado de fraquezas, nem sempre consigo. O pregador da Palavra deve fazer o possível e o impossível para ser autêntico e dar um bom testemunho, porém às vezes a fraqueza e tendências humanas falam mais alto. Porém, mesmo assim eu prego a Palavra, com a seriedade e exigências que são próprias da Palavra de Deus. Muitas vezes eu mesmo não consigo cumpri-la, mas outros na comunidade, com mais virtudes que eu, poderão cumprir. Se o Sacerdote pregasse apenas o que consegue viver, toda comunidade teria, no máximo, o mesmo nível espiritual e de santidade que o Sacerdote, mas como as pessoas são diferentes e há quem tenha mais virtudes e autodomínio, o Padre prega o que a Palavra exige, e feliz de quem conseguir em maior escala coloca-la em prática. Eu estou certo de que na comunidade há muitas pessoas em maior santidade que eu. Portanto, não usemos da fraqueza dos líderes, para nos eximir de responsabilidades ou abandonarmos caminhos de conversão. É exatamente isso que Jesus fala: façam o que eles dizem, mas não imitem suas fraquezas. O Sacerdote ou meus superiores, ou até mesmo meus pais, têm falhas que não aceito? Que isso sirva de referência para que eu não caia no mesmo erro. Se outros fazem errado, isso não me autoriza a errar também.
A Palavra de Jesus é sempre atual, nos questiona, deve fazer refletir e mudar de comportamento. Infelizmente ainda hoje existem muitas pessoas falsas, preocupadas com as aparências, procurando os primeiros lugares, fazendo bonitos discursos, procurando impressionar, atando pesados fardos e exigências para os outros, sendo que eles mesmos não praticam.
Procuremos viver com mais humildade, sinceridade, autenticidade. Depende apenas de cada um de nós, para que a fé que professamos, ou nossas participações em celebrações, realmente influenciem nossa vida. Sabemos onde está a verdade e onde estão nossos erros, falta apenas um pouco mais de sinceridade com Deus e conosco.

Pe. Ari Marcos Bona