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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

HOMILIA DO 33º DOMINGO DO TC - 12 e 13/11/2011




Evangelho - Mt 25,14-30

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

14Naquele tempo,Jesus contou esta parábola a seus discípulos:

Um homem ia viajar para o estrangeiro.Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens.

15 A um deu cinco talentos,a outro deu dois e ao terceiro, um;

a cada qual de acordo com a sua capacidade.Em seguida viajou.

16 O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo,

trabalhou com eles, e lucrou outros cinco.

17 Do mesmo modo, o que havia recebido doislucrou outros dois.

18 Mas aquele que havia recebido um só,saiu, cavou um buraco na terra,

e escondeu o dinheiro do seu patrão.

19 Depois de muito tempo, o patrão voltoue foi acertar contas com os empregados.

20 O empregado que havia recebido cinco talentosentregou-lhe mais cinco, dizendo:

`Senhor, tu me entregaste cinco talentos.Aqui estão mais cinco que lucrei'.

21 O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!como foste fiel na administração de tão pouco,

eu te confiarei muito mais.Vem participar da minha alegria!'

22 Chegou também o que havia recebido dois talentos,e disse:

`Senhor, tu me entregaste dois talentos.Aqui estão mais dois que lucrei'.

23 O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel!Como foste fiel na administração de tão pouco,eu te confiarei muito mais.Vem participar da minha alegria!'

24 Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento,e disse: `Senhor, sei que és um homem severo,pois colhes onde não plantastee ceifas onde não semeaste.

25 Por isso fiquei com medoe escondi o teu talento no chão.Aqui tens o que te pertence'.

26 O patrão lhe respondeu: `Servo mau e preguiçoso!Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei?

27 Então devias ter depositado meu dinheiro no banco,para que, ao voltar,

eu recebesse com juros o que me pertence.'

28 Em seguida, o patrão ordenou:`Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez!

29 Porque a todo aquele que temserá dado mais, e terá em abundância,

mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.

30 Quanto a este servo inútil,jogai-o lá fora, na escuridão.Ali haverá choro e ranger de dentes!'

Palavra da Salvação.


REFLEXÃO
A parábola de hoje é para todos nós uma advertência a respeito de como estamos conduzindo nossa vida e com qual seriedade assumimos nosso papel no lugar onde estamos. O Criador não nos colocou aqui para sermos meros expectadores da vida, apenas críticos ou indiferentes. Todos estamosno lugar e no tempo que estamos, com um propósito, um sentido. Da mesma forma que aos servos da parábola, um tesouro é confiado a cada um de nós: A VIDA. O que fazer com essa riqueza? Que sentido dar a ela? Devemos fazê-la frutificar, multiplicar-se. Não podemos nos anular, enterrar nossos talentos. O bem quando é partilhado, se multiplica.
Dentro de cada ser humano há uma centelha de Deus. Centelha que nos impulsiona para viver e nos ajuda a multiplicar essa vida e talentos que Ele nos deu. Servir a Deus e fazer frutificar seus dons, não significa realizar “coisas grandiosas e extraordinárias”, mas cumprir com dedicação, responsabilidade, seriedade e carinho o sentido de nossa vida.
Deus faz tudo de maneira perfeita, correta. Se há erros e lacunas na sociedade, é porque tem gente “enterrando seus talentos”, é porque as pessoas que Ele colocou no tempo e lugar determinado, não estão fazendo seu papel. Para cada problema há uma solução, mas se a pessoa não assume sua responsabilidade, começam as falhas e desigualdades. A parábola deixa claro que: quem recebeu o talento, ou seja, têm condições de perceber as necessidades, falhas, erros, mas não age, está enterrando os talentos, e será responsabilizado por isso. Irá “pagar caro”. É GRANDE A RESPONSABILIDADE DE QUEM SE OMITE, PRIVANDO ASSIM A COMUNIDADE E A SOCIEDADE DOS FRUTOS A QUE TEM DIREITO E NECESSITA.

A liturgia de hoje nos convida a sermos pessoas cuidadosas, zelosas, serias, aplicadas... naquilo que fazemos. Não importa qual é nossa posição ou a tarefa a nós confiada. Importa como a realizamos. O Senhor não olha e não leva em conta nossa posição social, hierárquica, mas aquilo que somos, a maneira como vivemos e multiplicamos a vida e possibilidades que Ele nos deu.
Acredito que muitos já ouviram a famosa frase: “Não faço o bem mas também não faço o mal”. Isso já é um mal. Ser bom não significa não fazer o mal. Isso é ser educado. Ser bom é fazer o bem, e é para isso que o Senhor nos convoca.

É oportuno aqui lembrar a história do cidadão que “chegou ao céu” e ficou observando na fila da portaria de entrada que o critério para passar ou não era a partir da avaliação das mãos. S. Pedro pedia para estender as mãos e ia classificando: Você não pode entrar porque tem as unhas muito compridas, arranhou muito, foi muito gato, ladrão; outro não podia entrar porque tinha as mãos sujas, havia feito muita coisa errada na terra; outro não entraria porque tinha os punhos cerrados, não abria as mãos para ajudar ninguém, muito egoísta; e assim sucessivamente. A cada pessoa que era desclassificada, o cidadão olhava para suas mãos e comparava, livrando-se de uma possível condenação. Quando chegou sua vez, apresentou-se com as mãos bem limpas, unhas aparadas, abertas e já dizendo não ser como os anteriores, ao que S. Pedro respondeu: você também não poderá entrar porque suas mãos estão muito vazias, você não se envolveu com o mal, mas também não envolveu-se com o bem.

Com esta parábola Jesus nos ensina que a vida na terra é um tempo para administrarmos a herança do Senhor e assim conquistarmos (ou não) a verdadeira vida que não terminará jamais: A VIDA ETERNA.
Hoje somos convidados a examinar nossa conduta na presença de Deus: se realmente temos consciênciade que somos apenas administradores e não donos absolutos. Nãopodemos dispor a nosso bel-prazer do uso que fazemos do nosso corpo e dos sentidos, da alma e das suas potencialidades. Servem realmente para dignificar a vida e dar glória a Deus? Pensemos se fazemos o bem com os talentos recebidos: com os bens materiais, com a nossa capacidade de trabalho, com as amizades… o Senhor deseja ver o seu patrimônio bem administrado. O que Ele espera é proporcional àquilo que recebemos.

Que triste o fim daquele servo preguiçoso. Ele conhecia a severidade do patrão, mas ficou pensando em uma desculpa, uma justificativa. Infelizmente não é pequeno o número de pessoas assim hoje, que não querem se envolver e, mesmo reconhecendo que estão errando, gastam energias e criatividade em justificar-se. No final da vida, será frustração irreversível, perceber que a vida tão breve, foi desperdiçada, ficou sem sentido, nadaproduzimos...
Pe. Ari Marcos Bona








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